Posts filed under ‘Matéria Bruta’

a bunda verde, escândalo da noite,
alarga o riso e o sal da madrugada.
o sal da alma traveste-se em quesitos
de uma avenida torpe, resvalada
de merdas e detritos
e fosse eu a última morada
a claudicar atritos.

24 setembro, 2009 at 8:23 am 50 comentários

acaso na manhã velada
ter a matéria de imprimir avesso

soltar o cão de asa, uma só fala
em extinguir o corpo revelado.

aquela faca de extirpar loucura,
riacho manso que desprende vida.

1 setembro, 2009 at 8:04 am 10 comentários

texto da revolução contida

há um tempo.
mesmo das infidelidades há um tempo.
o olho do campo regurgita os pastos.

há um tempo.
mesmo da permanência havida há um tempo.
os bruscos lençóis resvalam cores
amplas de medo.

há um tempo.
mesmo de braços contidos há um tempo.
sem mais ver,
bruscos rugidos vão prestar tempestades.

quantas noites os tumultos violam
de manter falências e medos?
quantas gargantas se contêm de dizer?

há um tempo. claro e justo tempo

15 julho, 2009 at 8:32 am 30 comentários

despojado em reticências da vida.
virgulas lhe atribulam, e fala.
tem epicentro de pedra. cai ladeira
como se ladeira fosse: compacto
de mais fazer o piso.
não, se lançado alhures, do vento,
por mais saber a lírica da flor.

no quadro esmaga, ânsia de luta,
sua fala compacta de luzes.

13 julho, 2009 at 8:30 am 3 comentários

campos, geraes

armadas ancestrais me percussionam
no tapa que alcancei na madrugada
ser leve, solto, rítmo de estrada
é a sobra das palavras que ambicionam

estar no verso em estado de boiada.

10 julho, 2009 at 8:25 am 6 comentários

1.
vou travar
a rugosidade da poesia,
a cerebralidade do texto.

vou lamber
o alvo escarlate da redoma
a sobra do espaço anunciado.

2.
quando a vida
em detrimento de mim
comentar as escusas

vou retomar
a rugosidade da poesia
a equação anunciada do verbo
a cerebralidade do texto.

6 julho, 2009 at 8:23 am 2 comentários

“meu coração tem halo de cavalos”

carranca de cerrado é que mais noite,
turva noite, noite travada de fantasma.

ser fantasma é como adjacências.

2 julho, 2009 at 8:00 am 5 comentários

per augusto

meu coração tem vale de equações
com um ananás que se lhe encerra o peito.
u’a serra estridente lhe remonta
de paixões o séqüito de entranhas.
de as estradas serem o ninho breve
sobra o esgoto da linha do horizonte.

a cumiada do olho, brusco traço
da vida, pisa língua e estrato, o corpo.

uma beleza, esta que me caminha.

30 junho, 2009 at 6:16 am 6 comentários

a tua noite é vesga, a tua ânsia é água

o ovo é um riso e afago da manhã.
seu branco é texto da pele de um dente
que quebrado traz podre, enxofre, galo.
se um picasso sabe, ele o transforma ovo.

picasso, cúbico, do ovo, mondrian
fazido cores puras, geometria rouca
de levar tapa de cérebro escarlate
com tanta vida a defender de traços.

se ovo fui, quieto arregacei
umas manhãs-kandinsky, voluptuosas
de cor. talvez uma quirera
se benfazeja seja faça-se rouault.

29 junho, 2009 at 8:00 am 6 comentários

vou entregar as palmas do meu corpo.
em procissão, devo dizer, a alma úmida
será, se pode ser, tal qual remanso.
o trêmulo da noite e lábio vai dizer
vontade de anjo revela-me demônio.

vou navegar o último de luz.
minha cegueira impune se fará,
sem mais saber, um caso resvalado.
uma mulher em corpo: os dias
outros. nem todos saberemos.

27 junho, 2009 at 8:28 am 5 comentários

e tal beleza flui teu corpo cru
que nego-me a revê-la de manhã.
a tua assaz tamanha reticência
é um valor de ossos, todo então.

cabe dizer-te cada coisa nua
que a amplidão da fala me apavora.
se te contemplo, dizes-me mistério
se te revelo, nada me revela.

tanta beleza soa falsa e dela
arranco meu tropeço, minha noite.
a goela se apavora, a nua cara
de visgo, teu passo de cadela.

24 junho, 2009 at 8:16 am 10 comentários

levantar poço e água

buscar os bois do meu campo, uivo, latido,
guardar os animais da memória,
latir uma cavalo potro ressequido,
levantar a água esguia do poço,
saber uns baldes de tanto cansaço.

tudo é ausência de cerrado.

avós de diamantes, tesouros monásticos,
assembléias de escravos, podem ser razão
de minha ausência.

uns valos de bois, umas manias de cavalo
chucro,
um atar de cachorro louco.

luzes e bois, fundidos, se rebatem.

21 junho, 2009 at 6:13 am 10 comentários

só o tempo desliza

sou fátuo, de passagem, companheiro,
com doce riso a assobiar maçãs.
corpo assombrado de imagens, umas bielas
tardias que se fazem soltas.

se o corpo é redemunho, o que me assola a alma?
se o corpo é um dentro, o que trará?

posso regar a noite de auroras.

25 maio, 2009 at 3:24 pm 16 comentários

verbo em alavanca

chuva fala do olho.
ciscos, tamancos da alma, dizem
ser o mundo meu estado e manhã.

sobrava-me, no olho, o vesgo do teu hálito.

quando cismas, explode o mundo e o verbo
em alavancas.

22 maio, 2009 at 8:23 am 6 comentários

bagagem

trago
uma secura no meu lado direito
que me proíbe de vender bananas.
trago
um martelo, tonel de badalos
que me safira e empresa os olhos.

quando milhos, tenho tantos
que me encarrego do tombo.

a sutil faca me faz anacoreta.

20 maio, 2009 at 6:19 am 7 comentários

as putas

as putas surgem na manhã, encruzilhadas
de corpo e ato, verdade que refreia
o noturno das almas.
cada corpo e olho trazem demandas
impulsionadas nas veias.
muitas extirpam a dor. outras, dor
já amada, fazem daquilo seu tempo.
e a mulher é lava adolescente.
se vista à necessária distância
seu pulso vive como antro de larva
em repulsa da mão que lhe percorre.

dilaceradas, lhes sobra um mundo vesgo.

17 maio, 2009 at 7:17 am 14 comentários

(intima, sua luz refrega substância.)

as putas ferem a noite com um olhar de luz.
vermelhos, sabem quando a cama resvalada
pode ser vista dos ângulos.
sabem-se frutas tão nascidas quando
ressecadas
e a prenhez de suas valas cabem, de mãos,
toda a terra.
o homem furtivo lhes deriva a noite
como canto. quando o estalar da terra
fala, um novelo contém o corpo.
há que tocar o novelo, feri-lo e resguardar
seus montes.

15 maio, 2009 at 7:14 am 6 comentários

o objeto de mim

teu encanto é de pedra.
teu olho, a paridade do ovo.
teu caminho, o lastro do espaço.

se vieres, direi do teu instante,
pisarei teu reflexo como estado do corpo,
transporei a vila como são transpostos
as peles e os bichos.
e de ti, estado, farei o objeto de mim.

qualquer cão passado saberá deste ato.

13 maio, 2009 at 3:13 pm 8 comentários

álvaros amplos de dizer

a noite azeda comandava flores.

subalterno do tempo, outros vindos,
sabiam da poesia ser chuva.
gritos, moedas, álvaros, tão amplos
de dizer.

quanto de encanto cabe cada olho?
corpo é viés, planta rebatida
por sono avaro. outrora vi rompantes
ciganos serem homens.
se vindos, mais couberam em asas.
anjos todos, em ritmo fatal.

30 março, 2009 at 7:00 am 88 comentários

ventania

patrícia tem a voz enovelada
baixa, baixo profundo, adjacente.

patrícia tem a voz de madrugada.

28 fevereiro, 2009 at 8:38 pm 66 comentários

tempo

minha idade é impronunciável.
no tempo,
no máximo serviria para dizer por quantos sábados
eu poderia dizer a oração de viníciius
e cometer coisas não aceitas,
“porque hoje é sábado”
também serviria para instalar os domingos
na minha vida, onde, por impaciência,
pouco me sobra

28 fevereiro, 2009 at 6:45 pm 16 comentários

a nostalgia da tela rega tudo.
são sangues que desviam tua alma.

25 fevereiro, 2009 at 6:37 pm 12 comentários

quando restar, espero-te

quando do esquálido de mim te faz em chamas?
quando, entranhas frêmitas, me fazes no teu corpo?
se estatelas de vez, de tão bem-fadada,
mão de estremecido gesto, me relatas.
ficam-me tuas sobras.
caminhas nuvem alta na manhã.
tua face me redime o tempo. o campo
do teu gesto, a fala da tua fala, densamente
me dormem.

23 fevereiro, 2009 at 7:42 pm 18 comentários

a pedra que repousa no meu olho
carrega o mastro da noite

21 fevereiro, 2009 at 6:34 pm 12 comentários

a mondrian, sem lhe dizer, palavra

quente frio, em pele.

— nus da manhã
— nus de qualquer aragem
— nus de todo apodo

jazem sobre o quadrado,
osso de todo o rosto.

sobrados são
— mondrian —
calças, meias, aragens.

o pêlo puro, resto essencial,
é a fala.

20 fevereiro, 2009 at 6:40 pm 22 comentários

a turbidez do campo e do seu corpo
cabe ela toda, e só, num vau de rio.

18 fevereiro, 2009 at 6:32 pm 11 comentários

a pantera

a fresta da pantera, uma lacuna.
o olho arranca coragem.
seu riso tem lábio de sangue,
presa de cio breve.
a mata lhe solta as vertigens
e os dias
entre rasgos de espadas, seu passo.
ribombo da garganta soa podres.
o dente esava a carne. a morte rompe.

a vida se revela.

17 fevereiro, 2009 at 6:29 pm 16 comentários

por joão cabral

sempre carrego um rio.
margens de atropelo, ilhotas ávidas
conduzem a água apertada.
sobra-lhes um derivar de peixe,
um corte do corpo do peixe,
a lama escorraçada.
o uivo do rio treme de pedra
e se estatela azul.
quando arcos sobram entre os dedos
o devaneio é morto.

o rio se abate como cão sem plumas.

15 fevereiro, 2009 at 6:21 pm 13 comentários

gesto metálico, noite

desmontar o verbo infiel,
caridade maldita, praga estupefata.
o gesto de palavra pode ser
algo inserido entre tumulto e mão.

quando dizer recai, estremecido,
no alvo, a noite se caminha poldra.

7 fevereiro, 2009 at 11:56 am 47 comentários

alice, avó

avó alice tinha como lide
mostrar-se sempre em traços de senhora.
pisar terras, deixar gados, ancestrais
de relevância em estirpe se dizer.

mais que dizer, fazer-se em relevância
inda tangente de tempos bem atrás.
porque alice, de terras, só lembrava
umas vazendas torpes, vaus de rios.

e quando rios se mostravam, tão varões
de antanho, carregados por diamantes,
é que alice por pulso refazia
seu desalinho, em mostra de importâncias.

tamanhas terras, gados, éguas, pratas
diziam restos de alice, tudo
o que se diz da posse, do libelo
da vida conseguida a foice e tiro.

contornos de fazenda são delitos.

6 fevereiro, 2009 at 11:48 am 20 comentários

a manhã faz tempo ser espinho

manhã flagelada do destino,
marcas de dedo em sua nuca podre
fazem banana e tempo serem unos.
o mel lhes come a face, repentina
face que encadeia luz. ritmos
e brasas cantam como dedos,
lavra infiltrada de só menoscabo.

o óbvio do pêlo, umas membranas
atadas de nervo e amargura,
esta poesia, clausura e hábito,
de gelo nas veias, água e podridão,
fechada nos resguardos da noite,
solidão tesa
apressa a mão em distúrbios.

quanto dela, incendiada, vê o homem?

travado em pergaminho e vilarejo
um hábito de luz corrói seu tempo.

o meu extrato de pedra, a minha nuvem de atos,
obscurecem frio e madrugada.
corpo indigente permeia tempestade,
valo de luzes, contrição de medo.

as madrugadas fazem como lã
o ritmo da estrada, ovelha e pasto.
intenso e belo estado putrefato
do corpo! emoções me causam
um estardalhaço de anões na alma.

5 fevereiro, 2009 at 1:08 am 10 comentários

a cumiada do olho

se tua manhã fosse avessa
nem moitas lhe sobravam.

o mais breve dos anjos tem um justo sono.

5 fevereiro, 2009 at 1:00 am 2 comentários

tua voz desvenda a noite

1.
teu rio é cauda lenta, só remanso
de halos remontados pelas tardes.
são outros que nos trazem suas luzes
de ventres renascidos, outros ventres.

cálidos olhos, teus, mais que solenes
virão depois dizer, se repetidos.

2.
são rios que te fazem renascer
moradas do teu corpo, ausência muda,
se cálida me chega a tua noite.

tua voz de tão solene me carrega
de tanta e tão travada reticência
se solta, me sentir, noite e amanhã.

12 janeiro, 2009 at 7:23 am 18 comentários

(para marco refundir caminhos)

pedras e pétalas, atos de vontade.
um assemelha o herói ao astro,
guia de sinais.
outro referenda o desmazelo de ser,
recomenda seja seu extremo
aquele outro.

quantos de nós se sabem pétalas e pétalas
se dizem pedras?
quantos, à sua testa roçada pela pétala,
a interpretam pedra?
que diferença há se ambas são vontades?

21 novembro, 2008 at 9:52 pm 20 comentários

Todo grande poeta tem sua voz e vez

Sebastião Nunes
A poesia é a mais difícil das artes da palavra. Difícil de escrever, difícil de ler e difícil de apreender. Existem poetas tão complexos que só toleram ser compreendidos depois de longo aprendizado e várias leituras. Mas existem poetas tão simples que entregam o ouro logo de cara. No primeiro caso, temos Augusto de Campos, cuja poesia até hoje engasga boa parte dos leitores, cultos ou não. No segundo, temos Manuel Bandeira, dono de uma simplicidade maliciosa, que se deixa entender por qualquer leitor medianamente cultivado.

Essa gangorra vem balançando ao longo de toda a história da poesia, antiga ou moderna, como um pêndulo de movimentos aleatórios e oscilações imprevisíveis. Existem poetas ótimos, bons e ruins em ambas as tendências, sendo que a maioria dos ruins se perpetua atolada no meio do caminho, por falta de coragem, ousadia e – pior – de cultura.

Na segunda metade do século 20 tivemos, no Brasil, vários exemplos maiores dessas tendências, sem que um superasse o outro, já que o grande poeta é insuperável, incomparável e imensurável. Darei alguns exemplos brevíssimos.

Vejamos Adélia Prado, bizarra senhora que, de repente – não mais que de repente –, soltou os cachorros e botou na rua sua lírica confessional, que atoleimou os tolos e sublimou os degustadores da poesia rica, nova, original.

Quase simultaneamente surgiram Glauco Mattoso e Paulo Leminski. Frutos da generosa árvore concretista, não se tornaram epígonos. Excelentes poetas, foram capazes de aprender com os mestres e seguir em frente, abrindo suas próprias trilhas nos espinheiros da linguagem.

Antes deles, mas muito antes mesmo, o pantaneiro Manoel de Barros extraía proezas do lamaçal verbal, encantamentos das folhagens da língua, proezas e encantamentos que só foram percebidos muitos anos depois, com o poeta já velhusco.

Todos marcaram sua época, pois foram, e são, poetas referenciais. Pairam acima de correntes e tendências. Fundaram-se a si mesmos.

Pois bem. Eis que agora, depois de palmilhar longamente as estradas tortuosas da poesia, experimentando caminhos, atalhos, veredas e trilhas, em livros que indicavam o rumo mas não desvelavam segredos, Romério Rômulo desencanta de vez com Matéria Bruta, um livro que tem a grandeza e a maturidade dos poetas maiores.

Estamos diante de um poeta novo e original, autor de uma poesia radiosa como as primeiras manhãs do mundo, como toda poética fundadora. Mas gostaria de alertar: leiam devagar, lenta e pausadamente. Sintam os versos e os ritmos como eles se oferecerem. Porque estamos, perdoem se insisto, conhecendo a técnica sofisticada de um poeta inaugural e, por isso, na presença de um poeta que se tornou grande pela busca pessoal, individual, solitária. E que chegou lá, oscilando perigosamente no fio da navalha da linguagem, lá onde ela, a autêntica poesia, sopra quando quer, e só quando quer.

Como aperitivo seguem dois poemas escolhidos ao acaso, já que o nível nunca baixa e o tom é sempre alto.

a chuva que me habita não é chuva,
é um quadrado oblongo de facetas.
a quina do meu lábio, cada fresta
há de conter o rasgo destas almas.

as almas que te habitam são tão seres
que possam mergulhar na tua alma?
acaso, se carregas, tens um olho
que sabe a múltipla face do meu rosto?

tentar pode ser mais, e se me levas
te trago incorporada, último dia.
(adentro o verde cinza da manhã)

o tumulto do corpo pode ausências.
calar tem por demais, arrefecido
instante da manhã chamado vento.
uns mistérios, dizer o mais que sono
sem a palavra livre revelada.

quando uma carne concebe, intimamente,
uma outra carne rasura seu instante
mais breve de pedra. e saber
aquilatar é tudo, face o tempo.

que outros mais dizer irão, somente,
sabedorias se nem cabe a rouca
lamúria que no lábio sempre espera
pelo espaço de só ser lamúria.

(o corpo pode ausências)

17 novembro, 2008 at 10:21 am 14 comentários

mulher e noite são desejos sabidos

fogo trucida anjo, cerrado.
a minha pele, de sertão.
a sina da madeira se cumpre,
rito acabado de animais.

os guizos do bicho rompem cerca,
mais fosse um gnomo de fumaça.
tardio, pinhé ainda uiva seu ninho.
onças rebocam filhotes dos astros,
éguas parindo vadiagem no campo.

anca de flor agora, toda nuvem.

(mulher e noite são desejos sabidos)

1 outubro, 2008 at 7:55 pm 12 comentários

per augusto

meu coração tem vale de equações
com um ananás que se lhe encerra o peito.
u’a serra estridente lhe remonta
de paixões o séqüito de entranhas.
de as estradas serem o ninho breve
sobra o esgoto da linha do horizonte.

a cumiada do olho, brusco traço
da vida, pisa língua e estrato, o corpo.

uma beleza, esta que me caminha.

1 outubro, 2008 at 8:00 am 2 comentários

(abertura)

uma poesia deserta, texto de pedra e secura.
poesia de ferreiro: metal e martelo.
uma poesia brasa candente. cozer tudo,
ato do verso, dure tanto ou nada.

30 setembro, 2008 at 11:44 pm 6 comentários

(aços tua viagem)

se as entranhas da terra te atropelam,
resta o veio da manhã, a pedra,
o dedilhado de montanha que te lambe.
falta tua memória de noite, teu fazer
de nuvem, tua viagem de eito.

aços convirão sobre teus ombros.
feroz, manhã há de lamber tua boca.

24 setembro, 2008 at 8:15 pm 13 comentários

texto de pedra

uma poesia brasa candente. cozer tudo,
ato do verso, dure tanto ou nada
.

21 setembro, 2008 at 12:05 am 10 comentários

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