Archive for julho, 2009
texto da revolução contida
há um tempo.
mesmo das infidelidades há um tempo.
o olho do campo regurgita os pastos.
há um tempo.
mesmo da permanência havida há um tempo.
os bruscos lençóis resvalam cores
amplas de medo.
há um tempo.
mesmo de braços contidos há um tempo.
sem mais ver,
bruscos rugidos vão prestar tempestades.
quantas noites os tumultos violam
de manter falências e medos?
quantas gargantas se contêm de dizer?
há um tempo. claro e justo tempo
despojado em reticências da vida.
virgulas lhe atribulam, e fala.
tem epicentro de pedra. cai ladeira
como se ladeira fosse: compacto
de mais fazer o piso.
não, se lançado alhures, do vento,
por mais saber a lírica da flor.
no quadro esmaga, ânsia de luta,
sua fala compacta de luzes.
campos, geraes
armadas ancestrais me percussionam
no tapa que alcancei na madrugada
ser leve, solto, rítmo de estrada
é a sobra das palavras que ambicionam
estar no verso em estado de boiada.
1.
vou travar
a rugosidade da poesia,
a cerebralidade do texto.
vou lamber
o alvo escarlate da redoma
a sobra do espaço anunciado.
2.
quando a vida
em detrimento de mim
comentar as escusas
vou retomar
a rugosidade da poesia
a equação anunciada do verbo
a cerebralidade do texto.
“meu coração tem halo de cavalos”
carranca de cerrado é que mais noite,
turva noite, noite travada de fantasma.
ser fantasma é como adjacências.