quero dizer que manuelzão foi boi – II
1 maio, 2010 at 8:27 pm farailda 5 comentários
o texto é naufrágio e é silêncio.
quando da pedra salta-lhe uma cabra
seu dia contado vê-se rubro.
a pele vermelha do ar solta-se
em vigores. uma poesia carrega
sempre outra. cada grão avalia
o extrato como podre. querelas
são fontes de desejo. e os desejos,
noites.
preso dos olhos, manuel é cumieira.
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1. Mirse Maria | 1 maio, 2010 às 9:34 pm
Belíssimo, Romério!
O texto…com certeza é silêncio, ao meu ver ondulante em cores e versos. “O ar com pele vermelha solta-se em vigores,”
Uma poesia carrega sempre outra…poderíamos fazer poesias infinitamente a partir da primeira, no caso Manuelzão. Em casos outros a vida.
Cada grão avalia, e avalia o extrato como “podre”.[maravilhoso]
Onde os desejos são noites,[ preso dos olhos ] Manuel é cumieira. Não me sai, mas me ensina o sabor de boi!
Que lindo Romério! Já me surpreendi pensando em Mauelzão, bati papo sobre ele.
Sua poesia é densa, forte e entra, penetra a pele vermelha…minha…do ar… de qualquer maneira!
Parabéns e aplausos!
Beijos
Mirse
2. marden | 6 maio, 2010 às 3:38 pm
cara, que bonito isso!
3. alyne costa | 7 maio, 2010 às 12:35 pm
ma-ra-vi-lha
4. Walmir | 7 maio, 2010 às 5:26 pm
acompanho sua poesia, cabra.
abraço
5. Orlando Vieitez | 9 março, 2015 às 9:27 pm
Belo texto, marcante. Tive o prazer e a honra de interpretá-lo, numa adaptação para o teatro, em São João del Rei, sob a direção brilhante de Klaas Kleber, que deu-me o privilégio de atuar no papel de Manuelzão.
Parabéns, Romério.