louco, cimentado *

7 maio, 2009 at 9:40 am 30 comentários

o meu cabelo é louco, cimentado
por cabedais em tudo transparentes.
carrego umas vogais de acessório
pra desditar poemas de indulgência.

o beijo, amigo, é a véspera da fome
que nos percorre: josés, joões, sem nome
sem consoantes uns, consonantados
outros. bêbados, invertebrados

da sanha do mundo. ruidosos calos
nas mãos de enxadas e assobios
suas visões são uns caudais de rios
que regam o mundo todo de abalos.

numa aparência louçã, insandecida
vou rebelar a noite de vestais
nuns sobremodos de maus modos tais
que até a morte vai se ver na vida!
 

* Do livro Per Augusto & Machina, a ser lançado brevemente

Entry filed under: Inéditos.

ROMÉRIO RÔMULO: o cantador de mistérios em Vila Rica o objeto de mim

30 Comentários Add your own

  • 1. Moacy  |  7 maio, 2009 às 10:47 am

    Poema dos bons, cara.
    Que venha o livro!

    Um abraço.

    Responder
    • 2. Romério Rômulo  |  12 maio, 2009 às 6:59 pm

      moacy:
      o livro está em processo.
      um abraço.
      romério

  • 3. Yvy  |  7 maio, 2009 às 10:51 am

    Ola Romério, um pouco rebeldia ?

    “numa aparência louçã, insandecida
    vou rebelar a noite de vestais
    nuns sobremodos de maus modos tais
    que até a morte vai se ver na vida!”

    Abrs!

    Responder
    • 4. Romério Rômulo  |  12 maio, 2009 às 7:00 pm

      yvy:
      um pouco? ando brabo.
      um abraço.
      romério

  • 5. adriano nunes  |  7 maio, 2009 às 11:17 am

    Romério,

    Belo, bem trabalhado!

    Abraço forte!
    Adriano Nunes.

    P.s.: aguardo o lançamento do seu livro e gostaria de saber como farei para adquiri-lo aqui em Maceió!

    Responder
    • 6. Romério Rômulo  |  12 maio, 2009 às 7:02 pm

      adriano:
      muito obrigado.certamente poderá ser comprado via internet.
      conversaremos.
      um abraço.
      romério

  • 7. nina rizzi  |  7 maio, 2009 às 11:42 am

    me lembrou “a cidade”, de neruda. está nas uvas. não pela forma ou temática, mas esse quê que me provoca um sei- lá-que-diabéisso. penso ainda nos pés descalços em tuds sertões. é mesmo
    : “sertão é dentro”. e somos tão, né.

    no mais, gosto de poemas que me sugerem histórias e geotudosgrafias. no mais ainda, adoro os teus. é muito bom.

    inté 🙂

    Responder
    • 8. Romério Rômulo  |  12 maio, 2009 às 7:03 pm

      tudo bem,nina.
      até lá.
      romério

  • 9. Yvy  |  7 maio, 2009 às 12:17 pm

    Oi Romério !

    Poetar é arte
    divulgar é preciso…

    Abrs.

    Responder
    • 10. Romério Rômulo  |  12 maio, 2009 às 7:05 pm

      sem dúvida,yvy.
      divulgar é tão importante quanto escrever.aí a obra vai se
      revelando.
      romério

  • 11. líria porto  |  7 maio, 2009 às 6:01 pm

    belos versos, romério!

    meu livro será lançado em bh – em julho – publicado em portugal – até lá trocamos figurinhas! tomara que possas vir! besos

    Responder
    • 12. Romério Rômulo  |  12 maio, 2009 às 7:06 pm

      líria:
      vamos acertar isso.
      um beijo.
      romério

  • 13. Nydia Bonetti  |  7 maio, 2009 às 10:39 pm

    O cimento dá sempre uma boa liga: no cabelo, nos versos, na loucura… Que lindo Romério.
    Um beijo.

    Responder
    • 14. Romério Rômulo  |  12 maio, 2009 às 7:08 pm

      nydia:
      boa liga,sim.em espaços muitos.
      um beijo.
      romério

  • 15. Adrianna Coelho  |  8 maio, 2009 às 10:23 pm

    e, como ainda vivo, (re)apareci
    e vou aparecer sempre.

    é lindo esse poema, romerio!

    Responder
    • 16. Romério Rômulo  |  12 maio, 2009 às 7:09 pm

      adrianna:
      muito bom o seu reaparecimento.obrigado.
      romério

  • 17. Luciane Fiuza  |  9 maio, 2009 às 6:05 pm

    Sim, Romério, me sinto como um arco-íris: minha felicidade tem todas as cores. E vc, seu cabelo é cimentado?

    Abs!

    Lu.

    Responder
    • 18. Romério Rômulo  |  12 maio, 2009 às 7:10 pm

      lu:
      é cimentado,sim! quer ver?
      um abraço.
      romério

  • 19. Lou Vilela  |  9 maio, 2009 às 7:09 pm

    Vm degustar boa poesia. Abraços!

    Responder
    • 20. Romério Rômulo  |  12 maio, 2009 às 7:12 pm

      lou vilela:
      sua presença é um apoio.
      um abraço.
      romério

  • 21. Luciane Fiuza  |  9 maio, 2009 às 7:33 pm

    nem uma dúvida, perguntei por pergutar. a poesia da vida permite imensas possibildades… e guarde suas madeixas… srsrsr Abs!

    Responder
    • 22. Romério Rômulo  |  12 maio, 2009 às 7:13 pm

      lu:
      já que você diz,vou guardá-las.
      um abraço.
      romério

  • 23. Sheyla Azevedo  |  12 maio, 2009 às 2:34 pm

    vou concordar com o moacy, que foi o primeiro e disse tudo!

    Responder
    • 24. Romério Rômulo  |  12 maio, 2009 às 7:15 pm

      sheyla:
      te vi transformada,no seu blog.salve o moacy!
      romério

  • 25. meg  |  12 maio, 2009 às 2:52 pm

    Romério,

    Se os poemas do livro a sair tiverem a mesma força e intensidade deste que nos deixas aqui, vou querer ser das primeiras e obtê-lo.
    Porque desta poesia sim, eu gosto, como sabes.

    Um beijo

    Responder
    • 26. Romério Rômulo  |  12 maio, 2009 às 7:16 pm

      meg:
      a coisa está escrita.vejamos o que você vai achar.
      um beijo.
      romério

  • 27. Beta  |  14 maio, 2009 às 5:10 pm

    Beijos, fomes, abalos, loucuras: eventos que nos constituem. Mais um vigoroso poema, belíssimo como de costume!
    Um bjo,

    Responder
    • 28. Romério Rômulo  |  14 maio, 2009 às 11:21 pm

      beta,roberta:
      sejamos os abalos,loucuras,fomes.obrigado.
      um beijo.
      romério

  • 29. Mariana  |  17 maio, 2009 às 10:13 pm

    “o beijo, amigo, é a véspera da fome
    que nos percorre”

    que ótimo, Romério.

    Responder
  • 30. Eita! Sarau  |  2 novembro, 2010 às 1:23 pm

    Romério, organizo um sarau de artes em São Paulo e gostaria de publicar poemas seus no blog do sarau (www.eitasarau.wordpress.com). Você autoriza? abraço, Marise

    Responder

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